quarta-feira, 30 de maio de 2007

Tratamento: variedades e adversidades


Tratamento

O tratamento da epilepsia baseia-se no controlo das crises epilépticas, não menosprezando a ajuda no reajustamento do doente à sua nova condição. Uma vez que as crises aparecem subitamente, é preciso manter constantemente o doente sob a acção dos medicamentos utilizados. Um único fármaco bem escolhido, numa dose bem adaptada controla completamente as crises na maioria dos doentes.

Cirurgia

Recorre-se à cirurgia quando o tratamento por medicação não surte efeito. Para se proceder a uma intervenção cirúrgica é necessário medir os riscos que esta pode acarretar, pois nem todos os doentes reúnem condições necessárias para a mesma. Este procedimento é muito delicado e exige uma panóplia de exames clínicos minuciosos para detectar correctamente se o foco epiléptico se estende ou não a mais áreas do cérebro. As cirurgias mais frequentes em serviços especializados em epilepsia são a lobotomia temporal, as remoções de lesões corticais guiadas por eletrocorticografia e as hemisferectomias. Existem ainda procedimentos paliativos que visam facilitar o controlo das crises, mesmo que não as removam por completo.

A remoção cirúrgica das áreas cerebrais responsáveis pelas crises iniciou-se há cerca de 50 anos. No entanto, com as novas técnicas cirúrgicas e com novos métodos para identificar as áreas a remover, fazem-se cada vez mais operações bem sucedidas.

Quando se pensa em realizar uma cirurgia existem algumas questões individuais a ter em conta, baseadas na história individual e familiar, nos exames neurológico e mental, nos meios auxiliares de diagnóstico, bem como numa bateria de testes pré-cirúrgicos.

A maioria dos testes destina-se a avaliar a zona onde se iniciam as crises; outras vezes empregam-se para identificar as zonas que guardam as funções da linguagem ou da memória, as quais têm de ser evitadas pela cirurgia.

Os exames mais comuns são: electroencefalograma, que regista a actividade eléctrica cerebral e identifica as áreas cerebrais onde ocorrem as crises; e a ressonância Magnética que fornece imagens do cérebro e identifica vários tipos de lesões, principalmente cicatrizes ou lesões resultantes de um défice no desenvolvimento cerebral.

Por outro lado a realização de testes neuropsicológicos (memória, linguagem e quociente de inteligência), que demonstram áreas de défice funcional, predizem a existência de possíveis falhas produzidas pela cirurgia.

Por vezes, todos estes procedimentos indicam factores favoráveis à realização da cirurgia, outras vezes não dão a necessária informação e os médicos podem decidir não recomendar a mesma.

A cirurgia pode ser feita através da remoção da área cerebral responsável pela produção de crises ou pela interrupção das vias nervosas ao longo das quais se espalham os impulsos que transmitem as crises.

A lobotomia é um tipo de cirurgia que pode ser praticada quando uma pessoa tem crises que se iniciam sempre no mesmo lobo, desde que não seja lesada nenhuma função vital. Com este tipo de cirurgia sabe-se que 65 a 85% dos doentes ficam livres de crises.

A hemisferectomia remove um hemisfério do cérebro e é usada quando existe uma lesão cerebral grave, a qual envolve esse mesmo hemisfério provocando crises incontroláveis e paralisia do lado contrário do corpo. No entanto, este tipo de cirurgia acarreta alguns efeitos secundários, tais como, fraqueza e perda de alguns movimentos na parte contrária do corpo assim como perda de visão periférica.

A calosotomia é um procedimento cirúrgico que cessa a ligação das fibras que conectam um hemisfério com o outro, impedindo a difusão da crise. É utilizada nas crises atónicas, as quais afectam ambos os lados do cérebro, não existindo nenhuma área susceptível de remoção. A calosotomia tem um risco de complicações que ronda os 20% e as crises parciais provavelmente irão persistir.

Mesmo sendo importante, uma boa relação entre o profissional de saúde e o doente para o tratamento da epilepsia, este aspecto é mais relevante quando se pensa na possibilidade de cirurgia. O paciente e respectiva família devem ser informados dos benefícios, riscos e das probabilidades de um controlo total ou parcial das crises, visto que podem existir consequências físicas e até emocionais após a cirurgia.

Normalmente, quando as crises cessam, ou são escassas, as pessoas ficam satisfeitas e felizes, mas algumas podem ficar deprimidas, não reagindo positivamente à adaptação de uma nova realidade, pois esta, é muito diferente do seu passado. Assim sendo, torna-se fulcral o acompanhamento do doente por uma equipa multidisciplinar que o ajude a ultrapassar os obstáculos com que se pode deparar.

Novo tratamento

Em 1997 foi aprovado um novo tratamento nos EUA. Implanta-se no peito do sujeito um aparelho semelhante ao pacemaker que emite impulsos eléctricos. Este sistema emite sinais eléctricos que estimulam o nervo vagus no lado esquerdo do pescoço. Para alguns este tratamento reduz a hiperactividade do cérebro após alguns meses. Contudo, mais de 5% dos pacientes ficam livres de crises subsequentes.

Novos fármacos


Recentemente, foram legalizados oito novos anti-epilépticos:

-Felbamate

-Gabapentin

-Lamotrigine

-Oxcarbazepine

-Tiagabine

-Topiramate

-Vigabatrin

-Zonisamide

Estes fármacos ainda não se encontram disponíveis em todos os países e não estão preparados para responder a todas as indicações. Apesar destas limitações, todos eles são efectivos para os ataques parciais com ou sem generalização secundária.

Os novos fármacos foram diversas vezes perspectivados como tendo vantagens superiores aos antigos mas, não existe evidência empírica que confirme que estes são efectivamente mais benéficos. Sabe-se apenas que podem ser melhor tolerados que os antigos.
A introdução de novos anti-epilépticos com diferentes mecanismos de acção levou a uma reformulação das abordagens empíricas sobre a farmacologia no tratamento da epilepsia com uma base mais científica.

Maternidade na Epilepsia


Engravidar é um direito básico de todas as mulheres. Infelizmente pacientes com epilepsia, não contavam até recentemente com este direito. O receio de declínio cognitivo e alterações comportamentais, a presença de estigmas de doença psiquiátrica e possibilidade de ocorrência de malformações, bem como a associação da epilepsia com distúrbios da sexualidade condenavam a união de pacientes com epilepsia.

Nos séculos VIII e IX, portadores de epilepsia eram frequentemente institucionalizados e tratados para a redução de seus impulsos sexuais. Até 1986 estavam proibidos legalmente de se casarem. No entanto, nesse mesmo ano, na Carolina do Sul, a realização de esterilização involuntária em mulheres epilépticas foi aceite legalmente. A falta de conhecimentos acabou por provocar discriminação nestas mulheres, que tinham pleno direito de engravidar e ter filhos. Felizmente, as melhores condições de tratamento e saúde, o melhor esclarecimento, quer médico, quer da população, têm contribuído para a redução dessa discriminação.

A epilepsia é bastante comum em aproximadamente 1% da população. Afecta tanto os homens como as mulheres, sendo o distúrbio neurológico mais frequente na prática obstétrica, ocorrendo em 0,3 a 0,6% das gestações. Nas mulheres, o tratamento das crises deve ter em consideração alguns cuidados durante a gravidez e a amamentação. O acompanhamento clínico dessas mulheres deve ter como objectivo a obtenção do controle total das crises, minimizando os efeitos adversos dos medicamentos e das crises sobre a mãe e o feto. Essas gestações são consideradas de elevado risco por apresentarem uma maior probabilidade de complicações. Observa-se com maior frequência sangramento vaginal entre 15 a 25% das mulheres e o descolar prematuro da placenta, justificadas pela diminuição das contracções uterinas e falta de vitamina K. Estudos mais recentes demonstram uma redução destes números, traduzida por uma melhoria na assistência médica.

A mulher com epilepsia também pode tomar a pílula. No entanto, alguns medicamentos utilizados no tratamento da doença em questão podem, por vezes, reduzir o efeito da pílula, diminuindo assim, a sua eficácia. Desta forma, poderá ser inevitável o recurso a uma pílula de maior dosagem, no caso da mulher não desejar engravidar, podendo recorrer também, e sem nenhuma contra-indicação o uso de outros contraceptivos. É importante realçar que em qualquer dos casos, o método contraceptivo deve ser sempre discutido com o médico assistente.

Não existe nenhum inconveniente que impeça uma mulher com epilepsia de engravidar e ter um filho saudável. Contudo, esta deve sem dúvida fazer um planeamento da sua gravidez e ser devidamente acompanhada pelo seu médico assistente. Desta forma poderão recorrer-se a algumas medidas que visam a diminuição dos riscos para o feto adjacentes da medicação, sendo aconselhável a monoterapia (tratamento com um só medicamento).

A população em geral julga que a epilepsia é hereditária. Trata-se, contudo, de mais um mito associado a esta doença. De facto, nalguns casos de epilepsia poderá haver um factor hereditário, ao contrário das epilepsias secundárias em que não existe qualquer risco de transmissão.

No caso de uma gravidez não planeada, a pessoa deve contactar imediatamente com o seu médico assistente, de modo a que este, depois de avaliar a situação, possa orientar o tratamento durante o período de gravidez. Normalmente é necessária uma maior vigilância com consultas e exames mais frequentes e mais pormenorizados.

O uso de medicação durante a gravidez acresce um risco ligeiramente maior do que na população em geral. Porém, o efeito nocivo de alguns tipos de crises pode ser mais grave do que o dos próprios medicamentos. Em caso algum, deverá ser interrompida abruptamente a medicação.

A mãe, quando medicada para a sua epilepsia, pode e deve amamentar o bebé, embora isso possibilite a passagem dos fármacos para o bebé, mas em dosagens pequenas. Esta dosagem já era transmitida através da placenta e do cordão umbilical, evitando assim as síndromes de abstinência, induzidas pela falta repentina desses medicamentos no bebé.

O mais importante a ter em conta, é que a gravidez deve ser, para além de planeada, constantemente acompanhada e vivida num ambiente de tranquilidade e de maior atenção, para que os riscos sejam os menores possíveis e para que o bebé nasça saudável. Com uma informação constante e actualizada, a discriminação pode desaparecer e os medos destas mulheres aspirantes a mães deixar de existir, devendo ser tratadas como qualquer outra mulher. A maternidade na epilepsia é possível, se o apoio estiver presente.

Cuidados a ter: Segurança na Epilepsia


Cuidados a ter na epilepsia: formas de segurança

A epilepsia é uma doença que, devido à sua imprevisibilidade e às suas características, provoca muitos receios e altera o quotidiano de quem é afectado por ela. Os riscos no dia-a-dia aumentam e devido à falta de informação sobre esta doença é difícil saber como auxiliar e como agir com estes doentes. Essas pessoas e seus familiares preocupam-se com o risco de danos provocados pelas crises epilépticas, lesões cerebrais ou inclusive, a morte.

Torna-se fundamental que o epiléptico e as pessoas com quem contacta, tenham acesso a informações sobre esta doença e sobre as formas como agir no momento das convulsões e crises. Para as pessoas com epilepsia, é indispensável o auxílio dos outros, devendo estes estar preparados para ajudar correctamente, de forma a que se sintam seguras no seu dia-a-dia.

Os métodos de segurança a utilizar dependem do tipo de crises epilépticas de que o doente sofre. Se tem crises atónicas ou convulsões, tem um risco acrescido de danos. Provavelmente o risco é mais baixo se tem episódios breves de paragens, ou permanece consciente durante as crises ou só tem crises durante a noite. Se durante a crise o indivíduo fica sempre estático, mastiga ou mexe nas roupas, o seu risco de danos é mais baixo. Se habitualmente corre ou caminha sem saber onde está, o risco é mais elevado.

Durante uma crise generalizada, deve deitar-se a pessoa no chão, colocar-lhe algo plano e mole debaixo da cabeça, desapertar a roupa apertada ao redor do pescoço, virá-la com suavidade para um dos lados para prevenir que sufoque; não se deve tentar contrariar as convulsões, nem meter nada na boca. Por fim, deve-se falar calmamente e tranquilizar a pessoa quando esta recuperar a consciência.

Durante uma crise parcial, devem-se reconhecer as características comuns: olhar parado, perda de consciência, movimentos mastigatórios ou outros movimentos faciais, piscar os olhos, confusão, dificuldade em responder a perguntas. Quem estiver a ajudar deve manter-se calmo e falar tranquilamente. Depois deve bloquear o acesso a perigos, mas sem o agarrar; se a pessoa está agitada, deve permanecer atrás dela; deve ficar por perto até haver recuperação da consciência.

A maioria das crises epilépticas não é uma emergência médica. A ambulância só deve ser chamada se uma pessoa tiver a sua primeira crise epiléptica, se a respiração normal não recomeçar após as convulsões, se existirem danos físicos ou a crise epiléptica acontecer dentro de água. Para além disso, se existirem outros problemas médicos como diabetes, gravidez ou doença cardíaca, se a crise epiléptica se prolongar por mais de cinco minutos e, finalmente, se as crises se sucedem continuamente.

Conselhos de Segurança


Conselhos de segurança na vida diária

Existem determinadas normas de segurança que o epiléptico deve seguir no seu quotidiano, assim como os que o auxiliam, para uma vida mais segura e com riscos menores. As pessoas com crises epilépticas frequentes, que acontecem sem aviso e afectam a consciência, são provavelmente as que devem seguir muitas dessas normas de uma forma rigorosa.

Segurança pessoal

É aconselhável a utilização de uma pulseira ou medalha de identificação médica, de modo a que perante uma crise inesperada, a doença seja rapidamente identificada por alguém que tenta ajudar. Os epilépticos devem evitar factores que aumentem o risco de uma crise (por exemplo, esquecer-se de tomar medicamentos, beber álcool, consumir drogas) e se sentirem que estão prestes a sofrer uma crise, devem proteger-se sentando ou deitando-se.

Segurança na casa de banho

A porta da casa de banho deve abrir para fora, visto que se alguém tiver uma crise e cair contra uma porta fechada, esta pode ser aberta do outro lado. É importante não fechar a porta à chave. As banheiras devem ter um apoio onde se possa agarrar e a casa de banho deve manter-se sempre bem ventilada e ter espelhos inquebráveis.

Segurança na cozinha

Tanto quanto possível a pessoa só deve cozinhar e usar electrodomésticos quando outra pessoa estiver em casa; quando usar o fogão, deve utilizar sempre que possível, os bicos de trás da placa; utilizar luvas acolchoadas ou tenazes quando trabalhar com um forno quente; usar luvas de borracha quando manusear facas ou quando lavar pratos e artigos de vidro; use plásticos em vez de recipientes de vidro, quando possível.

Segurança doméstica

O epiléptico deve evitar comprar móveis de arestas cortantes, deve preferir lareiras fechadas, evitar fumar ou acender fósforos, subir cadeiras ou escadotes quando está sozinho, verificar se as ferramentas eléctricas que têm em casa possuem corte de corrente automático.

Segurança no trabalho

A maioria das pessoas com epilepsia pode trabalhar sem se preocupar com assuntos de segurança. Porém, alguns trabalhos são mais arriscados se as crises epilépticas forem mais frequentes e se envolverem perda de consciência ou acontecerem sem aviso. Embora seja difícil, a pessoa deve ser capaz de revelar aos seus colegas de trabalho que tem esta doença, assim como informá-los dos primeiros socorros numa crise epiléptica pois esta é uma forma de acalmar os medos e corrigir qualquer ideia errónea.

No contexto laboral a pessoa deve tentar organizar o seu horário de modo a não estar muito tempo sem dormir, deve evitar a exposição à luz se for sensível, se for uma pessoa demasiado ansiosa e tensa.

Segurança nos transportes

A carta de condução só deve ser permitida se conduzir mediante autorização médica, se andar de bicicleta use um capacete, joelheiras e cotoveleiras, se é habitual perder a consciência durante uma crise epiléptica é aconselhável viajar acompanhado, deve evitar as escadas rolantes ou escadarias se estiver sozinho, deve utilizar o elevador em vez de escadas.

Primeiros socorros na crise epiléptica dentro de água

O acompanhante deve apoiar a cabeça e manter a face fora de água. Depois, deve trazer a pessoa até à margem e virá-la de lado. Executar a respiração artificial se ela não estiver a respirar e pedir ajuda ao 112.

Segurança das crianças

As crianças são mais vulneráveis a esta doença, sendo que o risco maior para o bem-estar de uma criança pode ser a superprotecção dos pais que tentam prever todos os riscos e danos. Estes devem procurar um equilíbrio entre segurança e superprotecção. Alguns dos conselhos que se seguem podem ajudar, dependendo da idade da criança, do tipo e da frequência das crises. Um monitor de bebé no quarto da criança pode alertar os pais para a ocorrência de uma crise. A criança deve dormir no beliche de baixo, numa cama normal, num divã ou até mesmo num colchão no chão, uma vez que são os lugares mais seguros para a criança dormir. Se a criança tiver um Episódio de Estado de Mal, os pais/responsáveis devem perguntar ao médico assistente o que fazer e certificarem-se que toda a família sabe como proceder.

Estigma


A epilepsia é mais do que uma doença que atinge o indivíduo na sua esfera pessoal e meramente física. Esta afecta-o, também, na possibilidade de se relacionar socialmente, de uma forma dita normal, em várias vertentes da sociedade, por exemplo no trabalho.

O estigma é um conceito central na literatura social sobre a epilepsia. A palavra estigma provém da época grega, que correspondiam a sinais usados pelos gregos para marcar escravos, criminosos, e outras pessoas marginalizadas. Os sociologistas definiram estigma como um atributo pessoal que marca alguém como sendo mais ou menos desejável. A palavra é também usada para definir as reacções negativas que as pessoas têm quando se deparam com aqueles que consideram indesejáveis.

As manifestações físicas da epilepsia levam a fortes reacções emocionais e sociais, ambas manifestadas através da opinião e das atitudes que as pessoas têm acerca da doença, e, mais importante, as reacções comportamentais à mesma. Compreender a origem e a natureza do estigma sobre a epilepsia é crucial, mas não suficiente para resolver os diferentes problemas sociais com que os indivíduos com epilepsia se deparam.

Numa sociedade dominada pela necessidade de ser reconhecida e ser economicamente produtiva, doenças ou problemas médicos, tais como a epilepsia podem interferir com a vida social, assim como, por exemplo, a mitologia e o sobrenatural o fizeram anteriormente.

Deste modo é necessário que se evolua para uma abertura ao conhecimento, manter uma perspectiva objectiva e não subjectiva, de forma a olhar para a epilepsia como um problema, mas não uma doença contagiosa. Portanto, para possuir uma mente aberta em relação ao diagnóstico e a toda a informação que lhe está subjacente é necessário:

· Estar ciente que o diagnóstico da epilepsia pode ser difícil e que o mesmo é interpretado, pelos médicos e pelos pacientes, de forma diferente.
·Estar ciente que os interesses dos pacientes se podem opor ao tratamento.
· Considerar a família e a rede social de um paciente como uma importante fonte de suporte ou desencorajamento para o tratamento médico e a aceitação social e psicológica.

Para além destas medidas, para os entendidos, na redução do estigma e suas manifestações, outras medidas podem ser empreendidas. Contanto que as pessoas com epilepsia, mais ou menos grave, continuem a esconder a desordem, a sociedade continuará a associar a doença apenas às crises mais severas e outras inabilidades.

Discriminação

A epilepsia pode conduzir a diferentes formas de discriminação, o que em si pode causar estados depressivos nos indivíduos. No entanto isso tem sido considerado como secundário, dando especial atenção ao controlo da doença, à medicação e ao acompanhamento médico, negligenciando-se grande parte das vezes a sua componente psicológica – não se tem em conta o indivíduo em si próprio mas sim uma generalização da doença. Assim, os tratamentos puramente médicos são acusados de serem generalistas e de não atenderem às especificidades de cada ser e os psicológicos são acusados de ser demasiado individualistas. Por tudo isto se considera que um acompanhamento eficaz só será possível se a doença for analisada sob a perspectiva de diferentes profissionais.